A COLHEITA RIOJA 2020 É CLASSIFICADA COMO "MUITO BOA"Fuente: Tecnovino

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A COLHEITA RIOJA 2020 É CLASSIFICADA COMO "MUITO BOA"

05-05-2021

"Um sentimento de optimismo" é o que a DOCa Rioja tem estado a trabalhar para a vindima de 2020. Particularmente complicado pela situação vivida, uma vez mais a Denominação de Origem passou o ano com distinção. Assim, após a degustação pelo painel de 150 peritos e os controlos exaustivos, a colheita de Rioja 2020 foi classificada como "Muito Boa".


O Conselho de Controlo da DOCa Rioja atribuiu a classificação de "Muito Bom" à colheita de 2020. Esta avaliação é a conclusão de um processo rigoroso e transparente de análise de todos os vinhos produzidos na Denominação, para o qual os técnicos da Direcção recolheram entre Novembro de 2020 e Fevereiro de 2021 cerca de 4.800 amostras dos tanques de fermentação das adegas. Estes foram submetidos a análises físico-químicas e provados por um painel de 150 profissionais; esta fase de estudo organoléptico, estruturada em sessões de 5 provadores, produz um total de 24.000 determinações nas quais se baseia a classificação.

Este processo de análise exaustiva conduziu a resultados muito satisfatórios nos vinhos da colheita de 2020, que se baseiam no esforço significativo feito pelos viticultores e adegas da Designação. Durante a sessão plenária realizada telematicamente, Pablo Franco, director do Organismo de Controlo do Conselho de Administração, fez um balanço da campanha de 2020 destacando a sua complexidade e elogiando "uma colheita que, partindo de um início explosivo precoce, em que a luta contra as doenças e os efeitos dos fenómenos climáticos adversos se confrontavam com um grande profissionalismo, ia mais longe e tinha um fim de ciclo com uma boa maturação fenólica".

Durante o seu discurso, Franco destacou o trabalho dos 200 técnicos e assistentes de vindima do Conselho de Controlo, que asseguraram o cumprimento da rigorosa regulamentação da denominação com o máximo profissionalismo e sob rigorosos protocolos anti-covidificação, e testemunharam "a entrada das uvas na adega em condições ideais no seu conjunto".

Quanto aos vinhos produzidos, a avaliação técnica confirma as sensações muito positivas obtidas na primeira devastação da vindima. Neste sentido, os vinhos tintos destacam-se pela sua franqueza aromática e grande definição frutada; proporcionam uma redondeza na boca que é sinal de maturidade fenólica muito boa, assim como uma perfeita harmonia com o teor alcoólico, que é mais moderado do que na época passada.

Os rosés são marcados por uma generalização de tonalidades mais claras de notas rosadas, sendo que nesta safra proporcionam uma maior maturidade em termos da sua gama aromática. Os vinhos brancos caracterizam-se por uma elevada intensidade de aromas, uma acidez muito boa e uma evolução muito positiva da qualidade. O nível de precisão com que os vinhos estão a ser elaborados tem sido particularmente surpreendente, permitindo-nos falar de uma identificação única dos brancos de Rioja.

O presidente do Conselho de Controlo, Fernando Salamero, afirmou durante a sessão que "a tenacidade com que trabalhámos nesta colheita de 2020 traduz-se num sentimento de optimismo e que, apesar de ter sido um ano muito complicado, conseguimos mais uma vez trazer para o mercado um produto que cumpre os mais elevados padrões de qualidade". O presidente aproveitou a oportunidade para felicitar o sector "pelo seu profissionalismo e por não ter cedido à adversidade e por ter alcançado um resultado muito satisfatório".

Preocupação com as novas infra-estruturas energéticas

Como parte da sessão, os membros do plenário expressaram uma preocupação generalizada sobre a proliferação de projectos para a implementação de novas infra-estruturas de geração de energia renovável na área geográfica da denominação, devido ao enorme impacto que poderiam ter nas vinhas e nos trabalhos de vinificação nas bodegas, no enoturismo e no património paisagístico.

Conscientes de que as energias renováveis são um recurso para o futuro, os membros do organismo colocaram sobre a mesa a conveniência de um plano de ordenamento do território para assegurar o menor impacto possível no sector vitivinícola das futuras infra-estruturas eólicas, fotovoltaicas e de alta tensão, e reafirmaram a seguinte posição, datada de 2002, envolvendo representantes do Ministério da Agricultura e das Comunidades Autónomas:

A sessão plenária do Conselho de Controlo da Denominação de Origem Qualificada de Rioja considera que as acções administrativas relativas às infra-estruturas e ao urbanismo devem esgotar todas as possibilidades e alternativas para além das meras considerações técnicas e orçamentais, antes de afectarem o património histórico da Rioja, em particular as adegas e vinhas, bandeira secular da Denominação, devido aos danos que, para além dos aspectos comerciais, isto representaria para o conjunto da Denominação, mostrando a sensibilidade exigida por um sector chave na esfera sócio-cultural e económica da região".

Apelo ao processamento de uma nova DOP

Na mesma reunião, e em conformidade com o roteiro anunciado a 25 de Março, o plenário concordou unanimemente em apresentar um recurso contra a decisão administrativa favorável para processar o pedido de protecção como DOP 'Arabako Mahastiak - Viñedos de Álava'. Em Março passado, DOCa Rioja anunciou que iria utilizar todos os recursos à sua disposição para evitar a exploração indevida da reputação da sua denominação.